A PASTORAL DO MENOR E FAMÍLIA DA DIOCESE DE FRANCA REALIZA A SUA X ASSEMBLEIA: NA PERSPECTIVA DO VER – JULGAR – AGIR – REVER E CELEBRAR.

                      A Pastoral do Menor e da Família da Diocese de Franca realiza a sua X Assembleia, ouvindo o apelo da Pastoral Nacional, convidando para uma reflexão sobre o último triênio, ensejando uma avaliação, uma análise profunda de suas ações, instando-nos a um compromisso de mobilização e empenho para a efetivação desse processo, que é pedagógico, político e místico, sob o tema: “Justiça, Liberdade e Paz: Nenhum Direito a Menos”, e o Lema “Se Calarem a Voz dos Profetas, as pedras falarão”. Na verdade, um chamado para um acontecimento histórico que ocorre a nível Regional e Nacional visando levantar as ações prioritárias para os próximos três anos.  Como afirmou Dom Luiz Gonzaga Fechio, Bispo Responsável pela Pastoral na CNBB na abertura do texto-base da X Assembleia: “Quantas experiências partilhadas, sem desejo de vaidade ou, menos ainda, competição, e sim, ocasiões muito propícias de renovação do ardor verdadeiramente missionário que deve fazer o coração de cada agente “arder” (cf. Lc 24,32) pela causa tão nobre e exigente da criança e do adolescente em situação de vulnerabilidade”.

Um texto base produzido pela Pastoral Nacional foi encaminhado como instrumento de trabalho a partir das mais variadas realidades locais, tendo como metodologia o método Ver, Julgar, Agir e Celebrar. Uma Comissão de trabalho foi instalada para o planejamento e a execução dos trabalhos da X Assembleia nas diversas realidades do Brasil.

A 1ª Etapa da X Assembleia Nacional ocorreu no dia 27 de fevereiro, das 8h as 12hs, com a temática: “A História da PAMEN Nacional e Local”. Foi o momento do VER: a retrospectiva da história da PAMEN Nacional foi iniciada pelo Presidente Padre Ovídio, seguida da retrospectiva local, realizada pelo agente de pastoral e Coordenador da Casa Dom Helder João Bosco. Neste momento foram registrados marcos históricos da Pastoral do Menor desde seu nascimento até o ano de 1999.  Houveram depoimentos de agentes que já fizeram ou ainda fazem parte da Pastoral do ano 2000 até 2020, nesses 38 anos de PAMEN local, enriquecidos pela emoção, pelo testemunho e a mística de todos os agentes que oportunizaram em contemplar a identidade da PAMEN em cada palavra, gesto e olhar de alegria e comprometimento. Um depoimento muito importante e marcante foi da agente de pastoral Saadia, hoje Orientadora Social no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, que resgatou memórias dos primórdios da PAMEN, as dificuldades enfrentadas, o acolhimento das crianças e adolescentes e as alternativas para realização do trabalho socioassistencial e missionário. Outros depoimentos de antigas lideranças e de ex-atendidos também foram registrados e acolhidos nas ações desenvolvidas em vários períodos da missão pastoral. Os relatores das salas virtuais apresentaram na Plenária os marcos proféticos nesse olhar histórico, realizada no dia 17 de março, dando continuidade a esse primeiro momento do VER,  as iniciativa de várias ações e parcerias como a gestão compartilhada com a Fundação Casa, com a Prefeitura no desenvolvimento do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos e as Creches escolas que acolhem crianças e adolescentes vulneráveis, dentre outros. Além disso, os grupos de trabalhos identificaram territórios sociais onde ainda a PAMEN  não chegou,  como por exemplo, a atuação junto aos egressos das medidas socieeducativas e as crianças com quadro psiquiátricos desprotegidas devido a ausência de politicas públicas de saúde mental infantojuvenil, muito embora já existam projetos que terão início esse ano sobre essas demandas como o projeto P.I.P.A (Polo de Iniciação e Preparação para a aprendizagem) e o Bom da Cuca, sobre a saúde mental infantojuvenil.

A 2ª Etapa ocorreu no dia 27 de março do ano vigente, das 8 as 12 horas, tendo como chave de leitura: “Um olhar no deserto, o encontro com a esperança”, tendo 2ª fase como um momento de discernimento, na perspectiva do JULGAR. O encontro ocorreu com reflexões mais profundas com perguntas e análises sobre aquilo que não foi feito, porque não foi realizado e como agir daqui para frente.  Um momento marcante deste encontro foi o depoimento da Cristina, ex atendida da PAMEN, que atualmente é Assistente social, coordenadora do Instituto dos Cegos. Foi um momento emocionante. Este encontro teve como subsídio o Projeto Político da Pastoral do Menor. Padre Ovídio relembrou que a Pastoral cresceu através dos projetos, e propôs que cada grupo escreva projetos para os temas abordados, trazer do papel para a realidade e juntar tudo isso em um grande projeto, para que as trocas sejam iluminadoras entre os serviços.

A 3ª Etapa ocorreu no dia 24 de abril, das 8 às 12 horas, tendo como tema: “Mergulhar em águas mais profundas para analisar nosso compromisso social”, realizada pela plataforma de transmissão youtube.  É a 3º etapa na perspectiva do JULGAR, levando-nos a refletir sobre o papel do agente pastoral, a partir dos objetivos específicos de avaliar, celebrar, retomar, construir, definir prioridades e eleger os novos delegados para a X Assembleia Regional prevista para junho. Ao mesmo tempo aprofundou mais o tema:  “Justiça liberdade e paz, nenhum direito a menos”, e o lema: “Se calarem a voz dos profetas, as pedras falarão”. Neste dia, a X Assembleia refletiu sobre o cenário da Infância e Adolescência em Franca e no Brasil. Um momento importante desse encontro foi a contribuição da Profa. Cristiane Olegário, Doutora em Serviço Social Unesp, que atuou como Agente de Pastoral na Casa Dom Helder, apresentando seus estudos sobre o trabalho infantil em Franca.  Este estudo foi acompanhado de outras apresentações como o da Secretária Executiva do CMDCA, Sra. Lucinéia Coelho que pontua o “cenário da infância e da adolescência como uma realidade muito cruel apesar dos avanços do E.C.A, mais ainda, enfatizou a palestrante, percebemos que as crianças e adolescentes ainda não estão em um plano de prioridades dos governos, e diagnosticamos isso em nosso dia-a-dia, nos atendimentos que fazemos. E questionou:  apesar de todas as legislações, acabamos por atender emergencialmente crianças e adolescentes em suas problemáticas, mas não atacamos as causas reais desse problema social.  Uma outra contribuição importante foi a da Marilda, que nos ajuda nesta etapa orante do JULGAR, a partir da perspectiva pastoral e eclesiológica à luz de João 21, 1-19, que narra o desânimo dos discípulos frente a uma pescaria frustrante na madrugada, e refletindo, afirma que é na vida em comunidade é que Jesus estará sempre conosco, e estando sempre conosco nós acharemos a ação, a iniciativa, a proatividade, o desejo, a vontade, e a força de pegar novamente na rede e lançá-la. Então queremos refletir sobre o nosso testemunho. Será que nós estamos ouvindo, e mais que ouvir, estamos vivendo em comunidade para ter essa presença de Jesus Ressuscitado, e tendo essa presença, estamos testemunhando, o que Jesus Ressuscitado quer que aconteça nessa realidade? O nosso testemunho é caracterizado pelo nosso serviço, pelo servir”, conclui. Diego Castro, Presidente do Conselho Municipal da Criança e Adolescente e agente pastoral, nos apresentou o Plano Decenal de Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes.  E discorre sobre o plano, esclarecendo que ele foi traçado prevendo iniciativas e ações voltadas para a criança e adolescente como prioridade absoluta (Art. 227, CF 1088), no decênio entre 2016 e 2025.  

                     A 4º Etapa e última etapa correu dia 15 de maio, apresentando como chave de leitura:  “Os sonhos e expectativas levam ao Agir.”  Dom Paulo Belotto, abriu a Assembleia, refletindo sobre a narrativa do autor do Livro do Apocalipse, cap. 21, 1-7 que nos fez refletir sobre o sonhar com um novo céu e uma nova terra, porém é preciso abandonar, desconstruir e/ou ressignificar nosso jeito de fazer e ser pastoral nesta oportunidade de reevaliar e propor ações prioritárias para o próximo triênio.  Em seguida, fomos contemplados com a análise de conjuntura nacional desenvolvida pelo sociólogo Eduardo Brasileiro que contextualizou as várias realidades  contraditórias das políticas atuais do governo federal, em uma clara opção pela financeiração da economia e o empobrecimento da população brasileira. A Coordenadora Nacional da PAMEN Nacional, Regina Leão, nos motivou com suas palavras ao introduzir a temática da X Assembleia, trazendo-nos no contexto atual:  a mobilização a partir da a nova composição do CONANDA, as reuniões sistemáticas junto à CNBB e as outras pastorais para que essa composição seja qualitativa e comprometida na garantia de direitos. E essa perspectiva de ver a criança e adolescente na área da proteção, promoção, garantia de direitos, buscando o anúncio e denúncia,  perfaz as nossas ações. Nós atuamos na pastoral de conjunto, nas reuniões da CNBB para que a gente traga esse olhar da prioridade absoluta,  conforme está na Constituição Federal, um olhar da criança e o adolescente como sujeitos de direito. E que possamos estar mobilizando outras redes, não só interna como externa para que estas ações comprometidas possam ocorrer na contramão desse desmonte que vem acontecendo(...) Queremos que esse cotidiano que vocês vivem nos alimente para  prosseguir e não desistir. Portanto, vamos empre acresditar, dialogar, e que possamos sim sonhar com um mundo onde crianças e adolescentes tenham direito de viver e crescer e de sonhar”. A seguir o Pe. Ovídio nos traz um momento celebrativo convidando-nos para o desenvolvimento da Assembleia sob a ótica dos pilares da PAMEN: Mistica, Solidariedade e Organização. Como pano de fundo, ele nos traz a orientação para  que os agentes que atuam nos serviços e irão refletir nas salas virtuais, focarem nas ações que necessitam de uma ressignificação e de fortalecimento, além do levantamento de ações prioritárias para esse novo olhar da PAMEN. Nas salas virtuais, os 11 grupos de trabalhos se debruçaram na produção de propostas, à luz de tudo o que foi refletido,  e que serão levadas para a X Assembleia Regional, prevista para junho.  Nas conclusões dos trabalhos, foi comunicada a próxima agenda da X Assembleia Diocesana que será dia 20 de maio para eleição dos delegados que irão representar a Diocese na Assembleia Regional. 

 

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